terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Eu quero o polvo profeta como consultor

 

Voltando a falar da relevância do tamanho da amostra numa prospecção de mercado para tomada de decisão…
Da Copa do Mundo de Futebol de 2010 na África do Sul, poderíamos citar uma dúzia de craques, tais como: Diego Furlan, Robben, Sneider, Xuaistaiger, Muller, Ozil, Fabrigas, Xave, Iniesta, Casilas, entre outros; mas não poderíamos deixar de incluir nesta lista o polvo profeta, que nas oito vezes que foi demandado a opinar sobre o resultado de uma partida acertou em todas elas, ou seja, 100% de precisão.
Como todos sabem, a consulta consistia em mergulhar num aquário, que continha nosso querido polvo, dois cubos tampados, com alimento dentro e cada um rotulado com a bandeira de um dos países da partida. O time vencedor seria aquele cuja bandeira fosse o rótulo do cubo que ele destampasse  para pegar o alimento. Ele acertou tudo, cara!!!
Da estatística asseguramos com mais de 99% de confiança que o polvo é de fato profeta, Que loucura, né!!!
Vejamos!
Partindo da hipótese de que sucesso seja ganhar e fracasso seja não ganhar (p = sucesso e q = fracasso), teremos uma distribuição binomial.
Se assumirmos a hipótese, bem razoável por sinal, de que a escolha do polvo é puramente aleatória, as chances de sucesso e fracasso serão iguais, isto é, p = q = 50%.
Pela distribuição binomial, para a hipótese sob prova (p = q) a probabilidade de acertar 8 vezes em 8 tentativas é de 0,4%.
Interpretando este resultado, apesar de haver 8 sucessos e zero fracasso em 8 tentativas, ainda poderíamos ser teimosos o bastante para dizer que a probabilidade de ocorrerem fracassos seja a mesma de ocorrerem sucessos, pois há uma chance de 0,4% de isto ocorrer em 8  tentativas.
Convenhamos, há 99,6% que jogam contra esta afirmação acima, ou seja, a probabilidade de sucesso (o polvo acertar o resultado) é maior que a de fracasso.Eu quero o polvo profeta como consultor.

NOTA

Aqui reforço o que já disse em artigo anterior. O tamanho da amostra é relevante e, no nosso caso, ela é muito pequena (n = 8). Se testássemos o polvo para as 64 partidas da Copa, o seu índice de acerto provavelmente se aproximaria dos 50% esperados (pura aleatoriedade).
Lembre-se! Dois anos antes ele cravou a vitória da Alemanha sobre a Espanha na final da Eurocopa. O resultado final todos sabem: Espanha Campeã.
Creio que na ocasião o seu coraçãozinho de torcedor falou mais alto, afinal o danado é tão alemão quanto Beethoven ou Bach.

Acesse o link abaixo para baixar as minhas 10 (dez) aulas de estatística, fruto de minha breve experiência na docência de Ensino Superior:

http://www.4shared.com/dir/yZn3yIHL/sharing.html

Por Wellington Falcão

Nenhum comentário:

Postar um comentário