terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Taxa de retorno e custo de oportunidade

 

Suponhamos que você ganhe R$ 40 mil na loteria e receba a proposta do gerente de seu banco de que, ao aplicar este valor em determinado fundo, terá uma grande probabilidade de ter uma rentabilidade de 15% ao ano, já descontados IOF e IR, o que daria um ganho de R$ 6 mil ao final de 12 meses
Ao optar por montar o próprio negócio, você não abrirá mão de ter um lucro anual maior que estes R$ 6mil, correto? Digamos que você tenha um lucro neste empreendimento de apenas R$ 3 mil. Além de você estar pagando para trabalhar (R$ 3mil), conseguiria este valor aplicando os R$ 40mil na poupança com risco zero. Valeu a pena? Portanto, aquela estória de que lucro pouco é prejuízo se aplica neste caso, pois lucro irrisório é uma vitória com sabor de derrota, ou não é?
Suponhamos agora que você tenha um terreno próprio que se fosse alugar auferiria R$ 2mil mensais, mas, mesmo assim, você prefere montar o seu próprio negócio neste ponto. Neste empreendimento você fatura R$ 10 mil mensais e tem gastos de R$ 9 mil, dando, portanto, um lucro de R$ 1mil. LUCRO??????? Contabilmente é, economicamente, não! Pois, aos R$ 9 mil de gastos, você deveria acrescer os R$ 2 mil que você renunciou para montar este negócio (Custo de Oportunidade). Portanto, o cálculo seria o seguinte: Você fatura R$ 10 mil e tem gastos de R$ 11 mil (os R$ 9 mil anteriores mais os R$ 2 mil que deixou de embolsar). Teríamos, então, um prejuízo de R$ 1mil. De fato, deixou-se de ganhar R$ 2 mil (aluguel) para se ter agora apenas um ganho de R$ 1 mil.
Isto ilustra um fato bastante corriqueiro que é o de as pessoas que têm suas atividades desenvolvidas em ponto próprio não considerarem o custo do aluguel, mas deveriam, pois aquele dinheiro que se deixa de embolsar conta como se desembolso fosse. Partindo deste raciocínio de que aquele valor que se deixa de embolsar é como se desembolso fosse, podemos ilustrar mais dois exemplos: Se Zé Antônio tem uma engarrafadora de água mineral e diz que não tem custo de aquisição da água, uma vez que ela vem de uma fonte que se localiza em uma chácara sua, errado estará. Deveria computar como custo o que ele deixou de embolsar se tivesse vendido esta água àquela marca famosa de água mineral. Se Paulão tem uma olaria, onde faz com esmero, tijolos e telhas, e diz que não tem custo de aquisição do barro, uma vez que ele é extraído de um terreno seu atrás da olaria. Errado estará, pois deverá computar o custo do insumo barro usado em tijolos e telhas como sendo aquele valor que ele deixou de embolsar se tivesse vendido o seu barro a olarias de terceiros.
Caricaturando um famoso provérbio, no caso citado de se renunciar o aluguel de R$ 2mil: Você trocou dois na mão por um voando.

Abraços aos colegas blogueiros a até a próxima!!!!

Wellington Marinho Falcão

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